Para ver com imagens maiores acesse: Lipossarcoma mixóide
Paciente masculino, 28 anos, relata dor e abaulamento progressivo na região posterior da coxa direita, distalmente, há 08 meses, nega trauma local. Inicialmente procurou um serviço de ortopedia, foi realizado biópsia e diagnosticado lipossarcoma mixóide.
Referendado a nosso serviço, constatamos um extenso tumor na face posterior da coxa, iniciado no terço médio até a interlinha articular, sem dor ou déficit neurológico.
A ressonância magnética, figuras 1 à 14, evidenciam a heterogeneidade da lesão e sua agressividade, mostrando a grande extensão da lesão e sua intimidade com feixe vásculo-nervoso.
- Figura 01: Seta aponta nervo ciático, na região proximal da lesão. Figura 02: Seta vermelha mostra a divisão do nervo ciativo e a seta em azul o feixe femoral vásculonervoso. Figura 03: Setas em vermelho mostram os nervos em íntimo contato com o septo tumoral (seta amarela). Figura 04: Extensão da lesão para região posterior do joelho.
- Figura 05: Seta em amarelo aponta para o marcador, destacando a proximidade do tumor com o nervo fibular.
- Figura 6: Pós contraste, mostrando região proximal da lesão, adjacente ao nervo ciático. Figura 7: Lesão septada em intimo contato com feixe vasculonervoso. Figura 8: Intimidade do nervo com a lesão após contraste. Figura 9: Grande heterogeneidade da lesão.
- Figura 10: Heterogeneidade da lesão extendendo-se até o terço distal do fêmur.
- Figura 11: Corte sagital, demonstrando toda a extensão da lesão. Figura 12: Lesão septada e agressiva, caracterizada após contraste.
- Figura 13: Proximidade da lesão com o nervo ciático, numa visão sagital. Figura 14: Corte coronal mostrando a agressividade da neoplasia.
Clinicamente apresentava abaulamento na região posterior da coxa direita, com dor à palpação e aos esforços, iniciando atualmente com quadro de parestesia na perna esquerda, sem déficit neurológico, figuras 15 à 18.
- Figura 15: Vista posterior com o trajeto da biópsia e abaulamento na coxa direita. Figura 16: Fotografia em perfil do membro acometido.
- Figura 17: demonstração clínica da função do paciente, ao realizar agachamento. Figura 18: seta em amarelo aponta o local da biópsia realizada em outro serviço.
Após realizarmos a anamnese, exame físico e exames complementares do paciente, aventamos algumas hipóteses diagnósticas. Como o paciente realizou uma biópsia em outro serviço, fomos discutir a lâmina da biópsia com a equipe patológica do local que analisou o material e após debatermos, chegamos ao diagnóstico de lipossarcoma condromixóide.
Conversamos com o paciente sobre sua patologia e tratamento ( ressecção + complementação com radioterapia local a critério do radioterapeuta), agendamos a ressecção cirúrgica com o mesmo de acordo. As imagens a seguir, explicam o passo a passo cirúrgico.
- Figura 19: seta em vermelho com enfoque para o trajeto da biópsia. Figura 20: incisão cirúrgica envolvendo a região posterior da coxa, em direção à região poplítea medial, com ressecção do trajeto da biópisa, seguindo transversalmente pela prega poplítea até face póstero lateral do joelho.
- Figura 21: dissecção da pele e tecido subcutâneo, com controle total da hemostasia, sem uso de nenhum tipo de compressão ou garrote cirúrgico. Figura 22: dissecção até planos musculares, visualizando o tumor, indicado pela seta preta. A seta em amarelo mostra a intimidade do tumor com o nervo fibular profundo.
- Figura 23: Imagem evidencia dissecção da bifurcação do nervo ciático (demonstrado pela pinça), liberando o tumor do seu trajeto.
- Figura 24: liberação do tumor do feixe nervoso, sem danificar as estruturas nobres, preservando à anatomia do nervo.
- Figura 25: após retirada do tumor, reparem na hemostasia cirúrgica, a integridade dos tecidos e a anatomia dos nervos fibulares, representado pelas setas amarelas e do nervo tibial na seta azul. Figura 26: sutura cirúrgica no final do procedimento com colocação de dreno porto-vac 3.2 mm.
- Figuras 27 e 28: demonstram a peça cirúrgica na face anterior e posterior. Notem que o tumor não invade as partes moles e sim se deforma respeitando o trajeto do nervo em sua bifurcação, representado pela seta preta.
- Figura 29: paciente no 7º PO, mostrando o processo inflamatório normal e esperado da cicatrização. Figura 30: Evolução da ferida após retirada dos pontos, com 14 dias de pós operatório.
- Figuras 31 e 32: 4 semanas de pós operatório, mostrando a ótima cicatrização da ferida e em região medial a ferida ainda demanda de pouco tempo para cicatrizar totalmente. Reparem que a cicatriz não possui nenhum sinal flogistico local.
- Figuras 33: Imagem clinica da região posterior da coxa, com 4 meses de pós-operatório e 30 dias do término da radioterapia adjuvante, mostrando ótima cicatrização da ferida
- 34: Imagem clinica da região posterior da coxa, com 4 meses de pós-operatório e 30 dias do término da radioterapia adjuvante, mostrando ótima cicatrização da ferida
- Figuras 33 e 34: Imagem clinica da região posterior da coxa, com 4 meses de pós-operatório e 30 dias do término da radioterapia adjuvante, mostrando ótima cicatrização da ferida
- Figuras 33 e 34: Imagem clinica da região posterior da coxa, com 4 meses de pós-operatório e 30 dias do término da radioterapia adjuvante, mostrando ótima cicatrização da ferida
- Figura 37: paciente realizando agachamento sem apoio, com carga total nos membros inferiores.
- Figura 38: Paciente em carga mono podal no membro operado, sem apoio, realizando carga toral no membro inferior direito.
_____________________________________________
Autores : Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista
Dr. Fabiano Sanches Lima
Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho
Consultório: Rua General Jardim, 846 – Cj 41 – Cep: 01223-010 Higienópolis São Paulo – S.P.
Fone:+55 11 3231-4638 Cel:+55 11 97219-7289 Email: sanchesfabiano35@gmail.com
_______________________________________________