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Esta biblioteca digital abriga o livro sobre Oncologia e Oncocirurgia Ortopédica.

Ela inclui aulas acadêmicas, palestras proferidas em congressos nacionais e internacionais, trabalhos publicados, discussões de casos, procedimentos cirúrgicos realizados e técnicas próprias desenvolvidas.

O formato digital foi escolhido porque a web permite a inclusão de textos com inúmeros recursos visuais, como imagens e vídeos, que não seriam possíveis em um livro impresso.

O conteúdo é destinado a estudantes, profissionais da saúde e ao público em geral interessado na área.

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Osteossarcoma de Superfície

Osteossarcoma de Superfície

Osteossarcoma de Superfície

Aspectos Clínicos, Diagnóstico e Tratamento

O osteossarcoma de superfície, também conhecido como paraosteal ou justa-cortical, é uma forma específica desse tipo de tumor ósseo que se origina na superfície externa do osso, sem envolvimento da medula óssea. Nesse tipo de lesão, a zona de crescimento do tumor é visível na superfície óssea, indicando uma região mais imatura do osso. O osteossarcoma de superfície pode apresentar duas representações histológicas distintas:

– Baixo Grau: Caracteriza-se pela ausência quase completa de mitoses atípicas e assemelha-se morfologicamente ao osso maduro. O diagnóstico geralmente é confirmado por meio de avaliação clínica e exames de imagem.

– Alto Grau (“High Grade”): Possui características clínicas semelhantes, porém exibe atipias e um padrão polimórfico de neoplasia imatura.

Clinicamente, o osteossarcoma de superfície geralmente apresenta uma evolução lenta e tende a incidir em indivíduos na terceira e quarta década de vida. As localizações mais comuns incluem a região metafisária posterior e distal do fêmur, cavo poplíteo, úmero proximal e rádio distal.

Radiologicamente, essa forma de osteossarcoma é caracterizada por uma lesão densa de neoformação óssea tumoral, com sua base em continuidade com a cortical do osso afetado. A superfície da lesão pode apresentar uma camada cartilaginosa, representando a zona mais imatura do tumor.

Um dos principais diagnósticos diferenciais é a miosite ossificante, que exibe uma área central imatura na lesão, enquanto a periferia é mais madura e calcificada.

O tratamento do osteossarcoma de superfície de baixo grau geralmente envolve a ressecção oncológica da lesão, podendo ser parcial, parietal ou segmentar, seguida de reconstrução com enxerto ósseo autólogo ou endoprótese. Já o osteossarcoma de alto grau é tratado de maneira semelhante ao osteossarcoma central, com protocolos que incluem quimioterapia, cirurgia e, em seguida, quimioterapia adjuvante.

Em resumo, compreender os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos do osteossarcoma de superfície é crucial para garantir uma abordagem eficaz e personalizada para cada paciente, visando sempre alcançar os melhores resultados clínicos e boa qualidade de vida.

Osteocondroma

Osteocondroma

Osteocondroma

Diagnóstico e Tratamento

O osteocondroma, também conhecido como exostose osteo-cartilaginosa, representa a lesão óssea benigna mais comum, embora sua incidência possa ser ainda maior do que a relatada na literatura devido a muitos pacientes apresentarem osteocondromas assintomáticos.

Essa condição geralmente se desenvolve nas primeiras e segundas décadas de vida, localizando-se na região metafisária dos ossos longos. Radiograficamente, caracteriza-se por apresentar um tumor composto de cartilagem e osso. Uma característica distintiva é que o osso esponjoso central da exostose se continua com a medular do osso afetado, enquanto a camada cortical densa do tumor se continua com a cortical normal do osso. Na superfície da lesão, há uma faixa de cartilagem, pela qual o crescimento da lesão ocorre, daí o nome “osteocondroma” – tumor formador de cartilagem e osso.

Os osteocondromas podem se apresentar como bases séssil (com base alargada) ou pediculada. Podem ser únicos ou múltiplos, caracterizando a osteocondromatose múltipla hereditária.

O tratamento padrão para osteocondromas é cirúrgico, geralmente envolvendo a ressecção, especialmente quando a lesão compromete a estética, comprime estrutura vascular, nervosa ou limita a função. É importante ressaltar que esses tumores geralmente continuam a crescer enquanto o paciente está em fase de crescimento.

Quando um osteocondroma aumenta de tamanho após a maturidade esquelética, isso pode indicar bursite pós-traumática ou, mais preocupantemente, malignização para condrossarcoma, o que exige ressecção com margens oncológicas.

O risco de malignização é baixo, com osteocondromas solitários apresentando uma taxa de malignização de cerca de 1%, enquanto a osteocondromatose múltipla pode chegar a 10%.

Em resumo, o entendimento abrangente das características, diagnóstico e tratamento do osteocondroma é essencial para garantir uma abordagem terapêutica eficaz e apropriada, visando sempre o bem-estar e a qualidade de vida do paciente.

Osteoblastoma

Osteoblastoma

Osteoblastoma

Tratamento e Diferenciação de Lesões Ósseas

O osteoblastoma é uma neoplasia óssea rara, caracterizada radiograficamente por áreas de rarefação óssea, com focos de ossificação mais densos. Este tumor apresenta duas formas clínicas distintas: o osteoblastoma genuíno, que é mais frequente e geralmente localiza-se no pedículo da coluna vertebral ou, menos comumente, na metáfise dos ossos longos; e o osteoblastoma agressivo, também conhecido como “maligno”.

Incidente principalmente na primeira e segunda décadas de vida, o quadro clínico do osteoblastoma é marcado por dor intensa, podendo levar a fraturas e déficits funcionais e neurológicos, especialmente quando ocorre na coluna vertebral, podendo até ocasionar escoliose antálgica em alguns casos.

O diagnóstico diferencial do osteoblastoma inclui outras lesões ósseas como o osteoma osteóide, o cisto ósseo aneurismático e o osteossarcoma, sendo fundamental uma avaliação criteriosa para determinar o curso terapêutico mais adequado.

O tratamento do osteoblastoma geralmente envolve a ressecção em bloco da lesão, com enxerto ósseo quando necessário. Em regiões como a coluna vertebral, onde a ressecção em bloco pode ser desafiadora, a curetagem criteriosa é realizada. Além disso, o uso de adjuvantes locais, como fenol e eletrotermia, tem sido cada vez mais empregado com o intuito de minimizar o risco de recidiva.

Em suma, o osteoblastoma é uma patologia que demanda atenção especializada e uma abordagem terapêutica multidisciplinar para garantir o melhor resultado clínico e evitar complicações futuras. O conhecimento detalhado sobre essa condição é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz, visando sempre a qualidade de vida e o bem-estar do paciente. Compreender as nuances diagnósticas e as opções terapêuticas disponíveis é fundamental para uma gestão bem-sucedida dessa condição. Portanto, é crucial que os profissionais de saúde estejam atualizados sobre os avanços mais recentes no campo do diagnóstico e tratamento do osteoblastoma.

Metástases Ósseas

Metástases Ósseas

Metástases Ósseas

As metástases ósseas surgem como uma das complicações mais comuns em pacientes com câncer, representando uma importante questão médica. Isso se deve em parte à capacidade do osso de atuar como um filtro para células tumorais circulantes. Assim como o pulmão e o fígado, o tecido esquelético tem o potencial de abrigar células metastáticas, especialmente devido à sua circulação sinusoidal mais lenta.

Com o avanço dos métodos de diagnóstico e tratamento do câncer, observamos um aumento na sobrevida dos pacientes. No entanto, isso também significa que mais indivíduos acabam desenvolvendo metástases ósseas, com tumores como o de mama, próstata, pulmão, rim e tireoide sendo os principais responsáveis por essas disseminações no esqueleto.

As manifestações clínicas das metástases ósseas frequentemente envolvem dor e, em alguns casos, podem levar a fraturas patológicas, comprometendo significativamente a qualidade de vida do paciente. Nessas situações, a intervenção cirúrgica ortopédica se torna essencial para aliviar a dor, restaurar a função e evitar complicações graves.

Os locais mais comuns para essas lesões incluem fêmur, úmero, vértebras, pelve, escápula e tíbia. A abordagem terapêutica geralmente envolve cirurgias de ressecção e reconstrução, utilizando técnicas como osteossíntese com cimento ou implantes de endopróteses. Em alguns casos, a radioterapia pode ser empregada como medida paliativa para aliviar a dor em pacientes que não são candidatos à cirurgia.

No contexto do mieloma múltiplo, um dos tumores ósseos primários mais comuns, o tratamento geralmente envolve quimioterapia e, em certos casos, radioterapia. No entanto, quando as lesões ósseas se tornam significativas ou apresentam risco de fratura, a abordagem cirúrgica ortopédica segue os mesmos princípios adotados para as metástases ósseas de outros tipos de câncer.

Em resumo, o manejo das metástases ósseas exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões ortopédicos e radioterapeutas, com o objetivo de proporcionar alívio da dor, preservar a função e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa complicação do câncer.

Granuloma Eosinófilo

Granuloma Eosinófilo

Granuloma Eosinófilo

Histórico e Evolução do Entendimento:

A história do Granuloma Eosinófilo remonta a 1938, quando Schaerer diagnosticou uma lesão no crânio de uma criança, inicialmente considerada como mieloma eosinófilo ou osteomielite eosinofílica. Posteriormente, foi descrita como uma nova entidade clínica por Otani e Ehrlich em 1940, denominada Granuloma Solitário do Osso. Farber e Green, em 1942, identificaram sua possível relação com a doença de Hand-Schuller-Christian e a doença de Letter-Siwe. Em 1944, Jaffe e Lichtenstein introduziram o termo Granuloma Eosinófilo do Osso, consolidando sua associação com as formas sistêmicas da doença, agora denominada Histiocitose de Células de Langerhans.

Introdução e Epidemiologia:

O Granuloma Eosinófilo do Osso, que é a forma mais comum da Histiocitose de Células de Langerhans, representa entre 60% a 80% dos casos. Apesar de ser uma lesão óssea benigna rara, ocorre principalmente em crianças e adolescentes, com predomínio no sexo masculino. A maioria dos casos ocorre em indivíduos abaixo de 21 anos, sendo a faixa etária mais afetada entre cinco e 15 anos. O acometimento axial do esqueleto é predominante, com uma variedade de ossos afetados, como crânio, pelve, costelas e vértebras, sendo a coluna responsável por cerca de 10% dos casos em crianças.

Manifestações Clínicas e Diagnóstico:

O sintoma mais comum do Granuloma Eosinófilo é a dor localizada, muitas vezes confundida com outras causas de cefaleia quando afeta o crânio. Outras formas da Histiocitose de Células de Langerhans podem apresentar sintomas sistêmicos, como febre e diabetes insípido. O diagnóstico é feito com base em exames de imagem, que revelam uma lesão de rarefação óssea com erosão da cortical, além de alterações laboratoriais, como aumento do VHS e PCR.

Tratamento e Prognóstico:

O tratamento do Granuloma Eosinófilo varia de acordo com a extensão da doença. Em casos isolados, a abordagem expectante ou a biópsia percutânea seguida de infusão intralesional de corticosteroide pode ser eficaz. A resolução espontânea é possível, especialmente em crianças, devido ao potencial de remodelação óssea. Em casos mais extensos ou com múltiplas lesões, o tratamento sistêmico com corticosteroides e Vimblastina pode ser indicado. O prognóstico geralmente é bom, com uma taxa de resolução favorável em 97% dos casos de lesões solitárias.

 

Conclusão:

O Granuloma Eosinófilo do Osso, como a forma mais comum da Histiocitose de Células de Langerhans, representa um desafio diagnóstico e terapêutico. No entanto, com uma abordagem multidisciplinar e opções terapêuticas adequadas, a maioria dos pacientes pode ter uma evolução favorável. O entendimento aprofundado dessa entidade clínica é essencial para um manejo eficaz e um prognóstico otimista.

Fraturas Patológicas em Crianças

Fraturas Patológicas em Crianças

Fraturas Patológicas em Crianças

A terminologia “fratura patológica” frequentemente utilizada pode induzir a uma interpretação inadequada, uma vez que a fratura em si não é patológica, mas sim o osso, que pode apresentar diversas alterações estruturais, metabólicas, displásicas, entre outras. Portanto, é mais apropriado discutir as fraturas que ocorrem em crianças com alterações ósseas pré-existentes.

A amplitude desse tema requer uma delimitação dos tópicos a serem abordados. Fraturas em crianças decorrentes de processos infecciosos ou distúrbios metabólicos, como raquitismo e osteopsatirose, não serão discutidas aqui. Nosso foco será nas fraturas de estresse, no diagnóstico diferencial e nas fraturas resultantes de lesões ósseas tumorais ou pseudo-tumorais pré-existentes.

Dentre as lesões tumorais benignas mais comuns na infância que podem levar a fraturas, destacam-se o osteoblastoma e o condroblastoma. O osteoblastoma, localizado na metáfise dos ossos longos, inicialmente cortical excêntrica, é localmente agressivo, causando microfraturas devido à erosão da cortical óssea. A progressiva destruição da cortical pode levar a fraturas completas, facilitando a disseminação local e complicando o tratamento oncológico. Já o condroblastoma afeta a região epifisária dos ossos longos em crescimento e pode levar a quadros de artralgia e deformidade.

O tratamento para essas lesões benignas é cirúrgico, preferencialmente realizado o mais breve possível para evitar a progressão da destruição óssea local. A ressecção segmentar é a melhor indicação para evitar recorrências locais. No entanto, a localização articular do condroblastoma exige uma abordagem cirúrgica específica, seguida de adjuvantes locais e, quando necessário, enxerto ósseo.

As neoplasias ósseas malignas mais comuns na infância, como o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing, requerem diagnóstico precoce e tratamento imediato. Em casos de fraturas ao diagnóstico, o controle oncológico local pode demandar cirurgias ablativas, como a giroplastia de Van-Ness, que altera a função articular e exige suporte psicológico ao paciente.

Além das neoplasias malignas, as fraturas em crianças podem estar associadas a lesões pseudo-tumorais, como o cisto ósseo simples, o cisto ósseo aneurismático, a displasia fibrosa e o granuloma eosinófilo. O tratamento varia de acordo com a lesão e pode envolver ressecção, curetagem intralesional e preenchimento com enxerto ósseo autólogo.

Em resumo, as fraturas em crianças associadas a lesões ósseas tumorais ou pseudo-tumorais pré-existentes requerem uma abordagem multidisciplinar e um plano de tratamento individualizado, considerando a localização, extensão e características da lesão, bem como o estado geral do paciente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e garantir uma boa recuperação funcional.

Fratura em Osso Patológico

Fratura em Osso Patológico

Fratura em Osso Patológico

Aspectos Clínicos, Diagnóstico e Classificação

Em nossa experiência dedicada ao estudo e tratamento de pacientes com doenças ósseas, nos deparamos repetidamente com casos de fraturas que, por sua vez, ocultavam condições patológicas subjacentes previamente não diagnosticadas. A designação simplificada de “fratura patológica” pode ser inadequada, uma vez que toda fratura é, de fato, um processo patológico. Nesse sentido, é mais apropriado empregar a terminologia “fratura em osso patológico”, que muitas vezes está associada a neoplasias, sejam elas primárias ou metastáticas.

Os processos patológicos que podem culminar em fraturas são variados e abrangem desde displasias ósseas até distúrbios circulatórios, passando por alterações degenerativas, inflamatórias, infecciosas ou neoplásicas. Para um diagnóstico preciso, é essencial considerar os aspectos clínicos do paciente, o mecanismo da fratura, os resultados de exames de imagem, testes laboratoriais e achados anatomopatológicos.

As fraturas ósseas que mascaram condições patológicas subjacentes podem resultar em intervenções ortopédicas inadequadas, ressaltando a importância de uma abordagem diagnóstica meticulosa.

Classificaremos de maneira didática, dentro dos cinco capítulos da Patologia Geral, os diversos distúrbios ósseos subjacentes:

  1. Displasias Ósseas: Estas alterações englobam distúrbios congênitos ou hereditários que afetam a morfologia óssea, podendo resultar em deformidades e/ou fraturas. Destacamos, entre outras, a osteogênese imperfeita, a osteopetrose e a displasia fibrosa, cada uma com suas características clínicas e radiológicas distintas.
  2. Alterações Metabólicas: O equilíbrio entre os processos de formação e reabsorção óssea é fundamental para a manutenção da estrutura óssea. Distúrbios como osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo podem levar a uma diminuição da densidade óssea, aumentando o risco de fraturas.
  3. Doenças Degenerativas: Incluem condições como as histiocitoses de células de Langerhans e as lipidoses, que podem comprometer a estrutura e a integridade dos ossos, predispondo à ocorrência de fraturas.
  4. Distúrbios Circulatórios: A doença de Paget é um exemplo significativo, caracterizada por uma remodelação óssea anormal devido a distúrbios circulatórios intraósseos, podendo resultar em fraturas espontâneas ou por trauma leve.
  5. Discrasias Sanguíneas: Em casos raros, distúrbios sanguíneos como a leucemia ou anemias hemolíticas podem causar extensos infartos ósseos, aumentando o risco de fraturas em ossos patológicos.

Em resumo, compreender a relação entre fraturas e condições patológicas subjacentes é crucial para garantir uma abordagem terapêutica adequada e minimizar complicações. Um diagnóstico preciso e uma classificação apropriada das condições subjacentes são fundamentais para orientar o tratamento e melhorar os resultados clínicos dos pacientes.

Fibroma Condromixóide

Fibroma Condromixóide

Fibroma Condromixóide

Características, Diagnóstico e Tratamento

O fibroma Condromixóide é uma lesão óssea que requer atenção devido à sua agressividade local e peculiaridades histológicas. Esta condição apresenta uma série de características distintas que são importantes para o diagnóstico e tratamento adequados.

O fibroma Condromixóide é caracterizado por uma área de rarefação óssea, geralmente localizada excentricamente na metáfise dos ossos longos. Uma de suas características marcantes é a presença de um halo interno de esclerose óssea, que delimita a lesão do osso normal. Além disso, é comum observar erosão da cortical óssea, o que contribui para a agressividade local da lesão.

Do ponto de vista histológico, o fibroma Condromixóide apresenta pleomorfismo celular, com áreas de tecido condroide, fibroso e abundante material mixóide. Frequentemente, células gigantes multinucleadas também podem ser observadas, o que adiciona complexidade ao diagnóstico. Vale ressaltar que essa lesão pode ocorrer em associação com cistos ósseos aneurismáticos, o que pode influenciar nas opções de tratamento e no prognóstico.

Em termos de incidência, o fibroma Condromixóide tende a ocorrer com mais frequência na metáfise proximal da tíbia, afetando principalmente adolescentes e adultos jovens. Essa distribuição específica pode ser útil no diagnóstico diferencial com outras lesões ósseas.

O tratamento do fibroma Condromixóide é principalmente cirúrgico. Geralmente, é realizada a ressecção parcial parietal da lesão, acompanhada de adjuvantes locais, como fenol, eletrotermia ou nitrogênio líquido, e enxerto ósseo, quando indicado, além do preenchimento da cavidade com cimento ortopédico ou substitutos ósseos. Nos casos mais avançados, a ressecção segmentar pode ser necessária. A curetagem também pode ser empregada em regiões articulares, mas deve ser realizada de forma criteriosa para evitar recidivas.

Em resumo, o fibroma Condromixóide é uma lesão óssea incomum, mas que requer atenção devido à sua agressividade local e potencial para recorrências. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para garantir uma boa evolução clínica e prevenir complicações a longo prazo.

Diagnóstico de Tumores Ósseos

Diagnóstico dos Tumores

Diagnóstico de Tumores Ósseos

Guia para avaliação e procedimentos

Introdução:

Ao suspeitar-se de neoplasia óssea, é crucial realizar uma análise minuciosa, utilizando uma abordagem multidisciplinar que inclui avaliação clínica, exames laboratoriais, métodos de imagem e exame anatomopatológico. Esse processo é fundamental para um diagnóstico preciso, que orientará a conduta terapêutica adequada para cada caso.

Parâmetros de Análise:

Diversos aspectos devem ser considerados durante a análise da lesão óssea, incluindo a identificação do osso comprometido, o número de lesões, a localização específica no osso e os limites da lesão. Além disso, características como a natureza da lesão (osteolítica ou osteogênica), a presença de calcificações e o tipo de reação periostal são essenciais para o diagnóstico diferencial.

Métodos de Diagnóstico:

Existem diferentes métodos de estudo para o exame anatomopatológico, incluindo citologia, punção-biópsia, biópsia incisional e biópsia de congelação, biópsia guiada por ultrassom ou tomografia. Cada método tem suas indicações específicas e é importante selecionar o mais apropriado para cada caso, levando em consideração a localização e a natureza da lesão.

Estudo Microscópico:

Os fragmentos obtidos por biópsia devem ser analisados microscopicamente, utilizando colorações especiais e técnicas imuno-histoquímicas, quando necessário. Essas análises permitem a identificação precisa do tipo de neoplasia e sua origem, orientando o tratamento adequado.

Peças Cirúrgicas:

A análise das peças cirúrgicas é fundamental para avaliar a extensão da neoplasia, a resposta à terapia pré-operatória e a necessidade de margens cirúrgicas adequadas. Procedimentos como a graduação da resposta à quimioterapia são essenciais para determinar o prognóstico e o plano terapêutico subsequente.

Em resumo, o diagnóstico de tumores ósseos requer uma abordagem abrangente que inclui uma avaliação cuidadosa dos dados clínicos, métodos de imagem e análise anatomopatológica. Somente através de uma análise detalhada e integrada é possível obter um diagnóstico preciso e orientar o tratamento adequado para cada paciente.

Condroma

Condroma

Condroma

O condroma é um tumor benigno que se desenvolve a partir de células da cartilagem, tendo como principais locais de ocorrência os ossos curtos das mãos e dos pés. Geralmente, pode apresentar-se como uma lesão solitária ou, em alguns casos, afetar múltiplos ossos, caracterizando o que é conhecido como encondromatose.

A encondromatose unilateral, por sua vez, é uma forma de discondroplasia que recebe o nome de doença de Ollier. Já a Síndrome de Maffucci é caracterizada pela presença de múltiplos encondromas associados a hemangiomas.

Embora o condroma tenha sua predileção nos ossos curtos, ocasionalmente pode ser encontrado em ossos longos, como o fêmur distal, o úmero proximal e a tíbia. Nessas localizações, é importante fazer o diagnóstico diferencial com outras condições, como o infarto ósseo, que geralmente é assintomático e pode ser identificado por achados radiográficos, e o condrossarcoma central grau I, que é sintomático evolui lentamente com o tempo e causa erosão na cortical interna do osso, cada vez maior. 

Diferenciar histologicamente entre condroma e condrossarcoma grau I pode ser desafiador, sendo preferível uma abordagem de observação clínica e radiográfica para determinar a conduta adequada, visto que o condrossarcoma grau I é de lenta evolução, o que permite a observação em curtos espaços de tempo, três a seis meses, realizando exames de imagem. Caso ocorra alteração, com piora das imagens, a lesão deve ser considerada como condrossarcoma grau I e tratada como tal. O diagnóstico histológico nesta neoplasia é controverso. 

Radiograficamente, o condroma é caracterizado por uma lesão de rarefação, ocasionalmente com focos de calcificação, podendo resultar em deformidades ósseas.

O tratamento do condroma assintomático, descoberto por acaso, pode ser apenas a observação, pois geralmente não evolui e comporta-se como uma cicatriz, sendo apenas um achado de exame. A curetagem de um “condroma”, que na realidade tratava-se de um condrossarcoma grau I, pode levar a disseminação do tumor dificultando a cirurgia correta de ressecção com margem oncológica.

Quando o condroma afeta a superfície externa dos ossos, é denominado condroma justa-cortical e geralmente requer tratamento cirúrgico por meio de ressecção parcial parietal.

O condroma é um tumor benigno de cartilagem, geralmente inofensivo, mas que requer acompanhamento e, em alguns poucos casos, caso haja evolução, com aumento da lesão, há a necessidade de intervenção cirúrgica, com ressecção do tumor com margem oncológica, para garantir o melhor resultado para o paciente, evitando recidivas.

O acompanhamento clínico, do paciente sem sintomas, deve ser feito com imagens aos 3 meses, 6 meses e posteriormente a cada ano para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado e a tempo de um eventual condrossarcoma grau I, permitindo que esta lesão seja tratada da forma correta e em bom tempo. 

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