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Autotransplante Crescimento

Autotransplante de peroné con cartílago de crecimiento Tibialización del peroné en osteosarcoma de Tibia

Autotransplante da Placa de Crescimento da Tíbia

Autotransplante da Placa de Crescimento da Tíbia: Uma Nova Abordagem Cirúrgica

Lesões ósseas na região proximal da tíbia em crianças, especialmente as que afetam a placa de crescimento, representam um desafio significativo para a ortopedia. Estas lesões podem surgir devido a tumores, traumas ou doenças como a osteomielite, e muitas vezes resultam em discrepâncias no comprimento dos membros inferiores. Métodos tradicionais de reconstrução óssea, como endopróteses e enxertos, frequentemente não preservam o potencial de crescimento da fise, necessitando de alternativas inovadoras.

Nova Técnica Cirúrgica

Este artigo apresenta uma técnica cirúrgica inovadora para a reconstrução óssea da metáfise proximal da tíbia em crianças, utilizando a transposição da fíbula ipsilateral com sua placa de crescimento. Esta abordagem preserva a irrigação sanguínea da epífise fibular e o seu potencial de crescimento, sem a necessidade de técnicas microcirúrgicas complexas. O procedimento é realizado através de uma única via de acesso cirúrgico e utiliza um dispositivo de fixação interna deslizante.

Material e Método

Dois pacientes pediátricos com sarcoma ósseo na tíbia proximal foram tratados com esta nova técnica. Ambos apresentavam comprometimento da cartilagem de crescimento. A cirurgia envolveu a transposição do segmento proximal da fíbula, incluindo sua placa de crescimento, para o defeito ósseo na tíbia, utilizando um dispositivo de fixação interna deslizante personalizado.

Resultados

Em ambos os casos, observou-se consolidação óssea e crescimento longitudinal da fíbula transposta. O primeiro paciente, um adolescente de 12 anos, apresentou correção de uma deformidade em valgo do joelho no período pós-operatório, com crescimento documentado de 1,2 cm na fíbula transposta em um seguimento de 2 anos e 2 meses. O segundo paciente, uma criança de 2 anos e 7 meses, apresentou crescimento de 0,3 cm nos primeiros 8 meses após a cirurgia, porém, infelizmente, faleceu devido a complicações durante a quimioterapia neoadjuvante.

Discussão

A técnica de transposição da fíbula com sua placa de crescimento oferece uma reconstrução biológica e preserva a articulação do joelho, proporcionando uma solução definitiva com uma única intervenção cirúrgica. Comparada a outros métodos, como endopróteses expansíveis, sendo que esta abordagem apresenta vantagens significativas em termos de preservação do crescimento e redução de complicações.

A utilização de um dispositivo de fixação interna deslizante permite a adaptação ao crescimento ósseo, evitando a necessidade de múltiplas cirurgias para correção de discrepâncias no comprimento dos membros. A hipertrofia progressiva da fíbula transposta também aumenta a resistência do segmento reconstruído, transformando-se em uma neo tíbia.

A nova técnica de autotransplante da fíbula ipsilateral com sua placa de crescimento, sem a necessidade de microcirurgia, mostra-se eficaz na reconstrução de lesões ósseas na região metafisária proximal da tíbia em crianças. O dispositivo de fixação interna deslizante estabiliza a reconstrução e permite o crescimento longitudinal do osso, oferecendo uma solução inovadora e eficiente para o tratamento de sarcomas ósseos e outras lesões que comprometem a placa de crescimento, nesta região.

Resumo

  Autotransplante da Tíbia. As lesões ósseas, que ocorrem na região proximal de tíbia em crianças, podem acometer a fise de crescimento e representam um desafio ao tratamento ortopédico, para reconstrução do defeito ósseo criado. Os métodos de reconstrução nem sempre contemplam o potencial de crescimento ósseo deste segmento. O objetivo deste trabalho é apresentar uma nova técnica cirúrgica, de reconstrução óssea, baseada na transposição da fíbula ipsilateral, com sua fise de crescimento, sem a necessidade de técnica microcirúrgica e utilizando dispositivo de fixação interna deslizante. Material e Método: Os autores relatam dois casos, de pacientes portadores de sarcoma ósseo, na região proximal da tíbia, com comprometimento da cartilagem de crescimento, os quais foram tratados pela técnica proposta. Resultados: Em ambos os casos houve consolidação óssea, hipertrofia e crescimento longitudinal da fíbula transposta. Conclusão: A técnica, proposta pelos autores, manteve a vascularização do segmento ósseo auto-transplantado, sem a necessidade de microcirurgia e preservou o potencial de crescimento fisário. O implante utilizado permitiu o crescimento longitudinal do osso, evidenciado radiograficamente. Nível de evidência IV. Série de casos.

   Descritores: crescimento, deslizante, dispositivo, fíbula, fise, fixação, sarcoma tibialização, transplante.

Resumo

Lesões ósseas que ocorrem na tíbia proximal em crianças podem afetar a placa de crescimento e representam um desafio para o tratamento ortopédico na reconstrução dos defeitos ósseos criados. Os métodos de reconstrução nem sempre compensam o potencial de crescimento ósseo nesse segmento. O objetivo deste trabalho é apresentar uma nova técnica cirúrgica de reconstrução óssea, baseada na transposição da fíbula ipsilateral com sua placa de crescimento, sem a necessidade de técnica microcirúrgica e utilizando um dispositivo interno de fixação deslizante.

Material e Método: Os autores relatam dois casos de pacientes com sarcoma ósseo na tíbia proximal, afetando a cartilagem de crescimento, que foram tratados pela técnica proposta.

Resultados: Em ambos os casos, houve cicatrização óssea, hipertrofia e crescimento longitudinal da fíbula transposta.

Conclusão: A técnica proposta pelos autores manteve a vascularização do segmento ósseo auto-transplantado sem a necessidade de microcirurgia e preservou o potencial de crescimento fisário. O implante utilizado permitiu o crescimento ósseo longitudinal, conforme observado radiograficamente. Níveis de evidência IV. Série de casos.

INTRODUÇÃO

   O terço proximal da tíbia, na população esqueleticamente imatura, abriga uma fise de crescimento responsável por aproximadamente 30% do comprimento final do membro, na fase adulta1. Essa região é também o segundo local mais frequente na incidência de tumores ósseos primários, atrás apenas do terço distal do fêmur2.

   Os tumores que surgem na região proximal da tíbia, antes da maturidade esquelética, podem acometer a fise de crescimento e gerar discrepâncias no comprimento final dos membros inferiores. O mesmo pode ocorrer após traumas ou secundário a doenças como a osteomielite, nesta região.

   A ressecção de tumor, neste segmento da tíbia, demanda uma reconstrução do defeito ósseo gerado, que, pela baixa idade, podem ter resultados insatisfatórios com métodos tradicionais, indicando-se a amputação como alternativa(figuras 1a, 1b e 1c).

Figura 1a: Região proximal da tíbia comprometida pelo tumor.
Figura 1a: Região proximal da tíbia comprometida pelo tumor.
Figura 1b: esquema da falha a ser reconstruida.
Figura 1b: esquema da falha a ser reconstruida.
Figura 1c: segmento ressecado
Figura 1c: segmento ressecado

Dentre as reconstruções deste segmento, podemos citar a substituição por endoprótese não convencional, emprego de enxerto homólogo ou autólogo e o transporte ósseo4-8.

   Nenhum dos métodos acima substitui a fise de crescimento lesada. O transporte ósseo, que permite o alongamento longitudinal do osso, pode ser inviável pela necessidade do uso prolongado de fixador externo. Nos  pacientes oncológicos, que estão imunossuprimidos pela quimioterapia adjuvante, o fixador favorece as infecções, além de necessitar de múltiplas cirurgias para equalização dos membros, em crianças de baixa idade.

   O emprego da fíbula vascularizada, para preencher defeitos ósseos, ganhou grande impulso com o desenvolvimento da técnica microcirúrgica, pois possibilita o uso da fíbula contra lateral9-13.

   A utilização do segmento proximal da fíbula com sua fise, por meio de técnica microcirúrgica, tornou possível, pela primeira vez, reconstruir as falhas ósseas e restabelecer o crescimento longitudinal do osso14. Exige, no entanto, equipe especializada, bem como materiais e equipamentos especiais e de alto custo, estando sujeita a diversas complicações.

   O objetivo deste trabalho é apresentar uma nova técnica cirúrgica, para reconstrução de lesões ósseas que comprometem a região proximal da tíbia e a sua placa de crescimento, em crianças. Essa técnica consiste na transposição da fíbula ipsilateral, juntamente com a sua fise de crescimento, preservando a irrigação sanguínea e a capacidade de crescimento longitudinal, sem necessidade de técnica microcirúrgica, utilizando uma única via de acesso cirúrgico. Descrevemos dois casos onde essa técnica foi utilizada.

 

MATERIAL E MÉTODO

 

   Foram analisados restrospectivamente os prontuários de dois pacientes portadores de sarcoma ósseo, na região proximal da tíbia, que apresentavam compromentimento da cartilagem de crescimento, os quais foram tratados cirurgicamente pela técnica de autotransplante do segmento proximal da fíbula para a tibia, desenvolvida pelo co-autor Baptista*, no Departamento de Ortopedia da Santa Casa de São Paulo.

 

Descrição da técnica cirúrgica

 

   O paciente é posicionado em decúbito dorsal horizontal. Utiliza-se uma via de acesso única, curvelinea, iniciando acima da articulação tíbio-fibular proximal, descendo anteriormente pela crista da tíbia e curvando-se medialmente, poucos centímetros abaixo do local que realizar-se-á a osteotomia fibular (figura 2a).

  O músculo tibial anterior é exposto, abre-se o perimísio e afasta-se o músculo lateralmente deixando a camada interna deste perimísio aderida ao periósteo, visando preservar a margem de ressecção oncológica da tíbia (figura 2b).

 

 O colo da fíbula é identificado e o nervo fibular comum isolado. A articulação tíbio-fibular proximal é abordada e a cápsula articular, juntamente com o ligamento anterior, ligamento posterior, ligamento poplíteo arqueado, ligamento colateral fibular e o tendão do músculo bíceps femoral são liberados (figura 2c).

A epífise proximal da tíbia juntamente com a tuberosidade anterior são isoladas da região metafisária (figura 2d).

Figura 2a: Via de acesso única.
Figura 2a: Via de acesso única.
Figura 2b: abertura do perimisio e lateralização do músculo tibial anterior.
Figura 2b: abertura do perimisio e lateralização do músculo tibial anterior.
Figura 2c: dissecção da porção proximal da fíbula.
Figura 2c: dissecção da porção proximal da fíbula.
Figura 2d: isolamento da epífise tibial.
Figura 2d: isolamento da epífise tibial.

Um fio de Kirschner é passado nesta epífise, horizontalmente, no ponto onde será feita a fixação proximal e a posição da placa é então verificada (figura 3a).

Mede-se o segmento a ser ressecado, seguindo a margem oncológica, e realiza-se a osteotomia distal da tíbia, na região diafisária. A musculatura posterior, desta porção, é desinserida até a região epifisária proximal. A seguir separa-se a epífise tíbial do tumor, por osteotomia transepifisária, preservando-se o máximo possível do osso epifisário com sua cartilagem articular e resseca-se o tumor (figuras 3b e 3c).

Figura 3b: Separação da epífise tibial do tumor, por osteotomia trans-epifisária.
Figura 3a: Passagem de fio guia na epífise. Figura 3b: Separação da epífise tibial do tumor, por osteotomia trans-epifisária.
Figura 3c: Tumor ressecado.
Figura 3c: Tumor ressecado.

Para substituir esta falha óssea, utiliza-se o segmento proximal da fíbula ipsilateral, que é isolado da articulação tibiofibular e do ligamento colateral lateral. Realiza-se uma pequena desperiostização, de um a dois centimetros, na altura onde será feita a osteotomia na diáfise da fíbula (figura 4a). Após a osteotomia esta parte desperiostizada é encavilhada na diafise da tíbia (figura 4b).

Translada-se o segmento proximal da fibula, juntamente com toda a musculatura e suas artérias nutricias, para o centro da epífise tibial remanescente e insere-se o ligamento colateral fibular no periósteo da tíbia (figura 4c).

A osteossíntese com parafusos é realizada utilizando-se o dispositivo de fixação interna extensível de Baptista, colocado do lado medial da perna, que é préviamente confeccionado sob medida, para cada caso15 (figura 4d).

Figura 4a: Pequena desperiostização do segmento distal da fíbula.
Figura 4a: Pequena desperiostização do segmento distal da fíbula.
Figura 4b: encavilhamento desta no canal medular da tíbia.
Figura 4b: encavilhamento desta no canal medular da tíbia.
Figura 4c: posicionamento da fíbula sob o planalto tibial com reinserção do ligamento lateral.
Figura 4c: posicionamento da fíbula sob o planalto tibial com reinserção do ligamento lateral.
Figura 4d: osteossíntese proximal e distal com parafusos.
Figura 4d: osteossíntese proximal e distal com parafusos.
Este dispositivo é composto por duas placas que se unem por meio de um trilho com encaixe em formato trapezoidal, que as fixa e ao mesmo tempo permite o deslizamento entre elas (figura 5a1 e 5b1). A placa proximal possui uma plataforma para apoiar a parte remanescente do planalto tibial e orifícios para a sua fixação à epifise, realizado com parafusos especiais de rosca total (figura 5a2). A placa distal é confeccionada com baixo perfil, para facilitar a sua cobertura pela pele da face medial da perna. Esta também possui orificios para os parafusos de fixação na diáfise da tibia (figura 5b2). As canaletas de cada placa se encaixam unindo-as, estabilizando a montagem e, ao mesmo tempo, permitindo o deslizamento (figura 5ab).
Figura 5: a1- Placa proximal, vista de frente, b1- Placa distal, vista de frente, a2- Placa proximal, vista de perfil,b2- Placa distal, vista de perfil e ab- encaixe das duas placas, montando o dispositivo.
Figura 5: a1- Placa proximal, vista de frente, b1- Placa distal, vista de frente, a2- Placa proximal, vista de perfil,b2- Placa distal, vista de perfil e ab- encaixe das duas placas, montando o dispositivo.

A fíbula transferida fica interposta entre a epífise tíbial e a porção distal da tíbia.

Posteriormente realiza-se a reinserção dos tecidos moles, a hemostasia, a colocação de dreno aspirativo e o fechamento por planos. Após o curativo o membro é colocado em uma órtese que também foi confeccionada préviamente, sob medida.

Esta órtese é utilizada como tutor externo de proteção, até que a fibula consolide e aumente sua espessura, para poder suportar a carga (figura 6). Este período pode variar de 3 à 8 meses. 

Figura 6a: cicatriz operatória.
Figura 6a: cicatriz operatória.
Figura 6b: ortese confeccionada sob molde.
Figura 6b: ortese confeccionada sob molde.

Caso 1

                Paciente com 12 anos e 11 meses de idade, masculino, apresentando osteossarcoma na região proximal da tíbia direita. Submetido a ressecção ampla do tumor, preservando-se a epífise proximal da tíbia. A porção proximal da fíbula com sua fise foi transladada medialmente para a epífise tibial, preservando-se sua irrigação sanguínea, e a osteossíntese foi realizada com o dispositivo de fixação deslizante.

Após a cirurgia, o membro foi mantido em uma órtese e a carga foi iniciada no quarto mês de pós-operatório, quando havia sinais radiográficos de consolidação. Foram feitos os seguimentos ortopédico e oncológico e o paciente retornou as atividades habituais sendo observados consolidação óssea e a hipertrofia da fíbula.

 

Caso 2

Paciente com 2 anos e 7 meses de idade, masculino apresentando sarcoma de Ewing na região proximal da tíbia direita, foi submetido  a ressecção do segmento metadiafisário, comprometido pelo tumor,  preservando-se a epífise proximal da tíbia. A porção proximal da fíbula com sua fise foi transladada medialmente sob a epífise tibial mantendo sua irrigação sanguínea e a osteossíntese foi realizada com o dispositivo de fixação interna extensível. Neste segundo caso, a placa proximal foi aperfeiçoada criando-se um suporte para apoiar o planalto tibial remanescente, com o objetivo de aumentar a estabilidade e evitar desvios angulares (figura 7: a e b). Na placa distal, foram feitas ranhuras a cada três mm, para facilitar a observação do deslizamento, documentando o crescimento da fíbula. Após a cirurgia, a perna foi mantida em órtese, especialmente confeccionada para o caso, e a carga foi iniciada no terceiro mês de pós-operatório. O paciente continuou com a quimioterapia adjuvante e, no quarto mês, iniciou deambulação sem proteção. A consolidação óssea e hipertrofia da fíbula podem ser observadas na figura 7: c e d.

Figura 7a: Placa proximal com suporte horizontal, para apoio do planalto da tíbia
Figura 7a: Placa proximal com suporte horizontal, para apoio do planalto da tíbia
Figura 7b: Radiografia do pós operatório imediato.
Figura 7b: Radiografia do pós operatório imediato.
Figura 7c: Radiografia com 3 meses, mostrando a consolidação tibio-fibular.
Figura 7c: Radiografia com 3 meses, mostrando a consolidação tibio-fibular.
Figura 7d: Radiografia com 6 meses, evidenciando a hipertrofia da fíbula.
Figura 7d: Radiografia com 6 meses, evidenciando a hipertrofia da fíbula.

RESULTADOS

No primeiro caso os parafusos não eram bloqueados, motivo pelo qual ocorreu o desvio em valgo, constatado radiograficamente, pela inclinação dos parafusos e clinicamente (figura 8. a-b-c). Este paciente realizou a primeira escanometria dos membros inferiores com um ano de pós-operatório, observando-se crescimento da fíbula de 0,75 cm e a reorientação dos parafusos (figura 8. b-e).

Figura 8: a- ressonância magnética pré-operatória, b- radiografia pós-operatória 4 meses, evidenciando a inclinação dos parafusos da epífise tibial, c- paciente aos 4 meses, com desvio em valgo do joelho, d- paciente com 1 ano e 2 meses, com o valgo corrigido, e- radiografia pós-operatória 1 ano e 2 meses, com hipertrofia da fíbula, correção da inclinação dos parafusos e crescimento de 0,75 cm e f- radiografia pós-operatória 2 ano e 2 meses, com crescimento de 1,2 cm.
Figura 8: a- ressonância magnética pré-operatória, b- radiografia pós-operatória 4 meses, evidenciando a inclinação dos parafusos da epífise tibial, c- paciente aos 4 meses, com desvio em valgo do joelho, d- paciente com 1 ano e 2 meses, com o valgo corrigido, e- radiografia pós-operatória 1 ano e 2 meses, com hipertrofia da fíbula, correção da inclinação dos parafusos e crescimento de 0,75 cm e f- radiografia pós-operatória 2 ano e 2 meses, com crescimento de 1,2 cm.

A correção espontânea deste desvio angular, observada clinicamente, e a horizontalização dos parafusos, documentada radiograficamente, permite-nos confirmar o crecimento da epífise fibular e o deslizamento do dispositivo. obsrvando-se no segundo escanograma o crescimento de 1,2 cm (figura 8. d-e). A segunda escanometria foi realizada aos 2 anos e 2 meses de pós-operatório, sendo possível observar crescimento de 1,2 cm no segmento da fíbula transposta (figura 8. f).

O paciente é boiadeiro, esta com 26 anos de idade, com 14 anos de evolução, sem recidiva da doença, com os membros equalizados e funcionalmente bem (figura 9).

Figure 9: a) paciente com 3 anos e 7 meses de pós-operatório, com carga total, b) com 3 anos e 7 meses, flexão com carga e boa função dos joelhos, e c) radiografia com 3 anos e 7 meses, fibula hipertrofiada, já totalmente tibializada
Figure 9: a) paciente com 3 anos e 7 meses de pós-operatório, com carga total, b) com 3 anos e 7 meses, flexão com carga e boa função dos joelhos, e c) radiografia com 3 anos e 7 meses, fibula hipertrofiada, já totalmente tibializada

O Paciente do Caso 2 apresentou crescimento de aproximadamente 0,3 cm da fíbula transposta nos primeiros oito meses após a cirurgia, período, em que houve acompanhamento ortopédico.

Após este período o paciente do Caso 2 apresentou crescimento de aproximadamente 0,3 cm da fíbula transposta nos primeiros oito meses após a cirurgia, período, em que houve acompanhamento ortopédico.

O paciente faleceu durante o tratamento adjuvante, devido a complicações quimioterápicas.

 

DISCUSSÃO

 

                As reconstruções dos defeitos ósseos, na região proximal da tíbia, representam um desafio ao cirurgião, especialmente quando estas lesões comprometem a cartilagem de crescimento.

                A amputação transfemoral é, por vezes, indicada como método de escolha em crianças de baixa idade, pela dificuldade na reconstrução e pela discrepância no comprimento final dos membros inferiores. O uso de órtese protética, adaptada ao coto da amputação, pode permitir reabilitação precoce e autonomia de marcha.

 Este método, porém, vem atrelado a importante impacto psicológico e social, devido à mutilação de uma grande articulação, com aumento do gasto energético para a execução da marcha.

As dificuldades de adaptação ao uso da órtese protética, seu alto custo e a necessidade de adquirir novas próteses, ao longo do crescimento do paciente, são outros aspectos negativos da amputação.

A reconstrução do segmento proximal da tíbia com endoprótese não convencional é uma alternativa para esses pacientes. Ela permite a preservação do membro e a deambulação precoce. No entanto, são relatados altos índices de complicações relacionados ao método, tais como infecção, soltura asséptica, falhas mecânicas, fraturas e limitação para atividades físicas, entre outros4,5,16.

Outro importante ponto a ser destacado é o crescimento dos membros, tanto do membro operado, causando dificuldades na adaptação da endoprótese, quanto no membro oposto, causando discrepância do comprimento entre eles. Jeys e colaboradores relatam uma série de 661 pacientes submetidos a endoprótese não convencional para tratamento de tumores ósseos, dentre os quais 42% apresentaram falha do implante em 10 anos de seguimento17.

A exposição da endoprótese no terço proximal da tíbia e consequente infecção estão relacionados com a dificuldade de cobertura do implante pelos tecidos moles nessa região.

Wang e colaboradores, relatam a utilização de retalhos de gastrocnêmio e sóleo para a cobertura da prótese em 11 pacientes com o objetivo de evitar tais complicações. Tiveram, no entanto, 3 casos de discrepância entre os membros inferiores que foram tratadas com epifisiodese contralateral18.

                A técnica de transferência da fíbula juntamente com a sua fise de crescimento apresenta uma reabilitação mais lenta, especialmente para o início da marcha, pois é necessário aguardar a consolidação óssea entre a tíbia e a fíbula transposta. Posteriormente ocorre a hipertrofia da fíbula, observada nos casos apresentados, o que torna este segmento resistente.

Este método representa uma reconstrução biológica e, portanto, uma vez que ocorra  a consolidação e a hipertrofia, podemos considerá-la como método de reconstrução definitivo, realizado com uma única intervenção cirúrgica.

 A preservação da epífise proximal da tíbia permite que a superfície articular do joelho seja mantida, isso representa uma vantagem do método, quando a osteotomia transepifisária puder ser realizada e também é uma condição necessária para a utilização deste.

A capacidade de crescimento longitudinal do segmento fibular transposto, observado nos casos apresentados, também é um fator importante a ser mencionado, visto que pode evitar ou minimizar a discrepância dos membros inferiores. 

                Os enxertos ósseos também podem ser utilizados no tratamento deste tipo de lesão, especialmente nos casos em que a epífise tibial pode ser preservada, o que ocorre em até 20% dos casos19.

Entretanto, por não ser um osso vascularizado, o enxerto pode não sofrer integração e o método fica sujeito a falhas, podendo apresentar altos índices de fraturas ou não consolidação, além de não resolver o problema da discrepância20. Há dificuldade de obtenção de grande quantidade de enxerto autólogo em criança de baixa idade e os enxertos homólogos apresentam maior dificuldade de integração, alem da antigenicidade.

 Weitao e colaboradores, relataram a utilização de aloenxerto em 15 pacientes com sarcomas ósseos, apresentando idade média de 11,75 anos ( sete a 24) na região distal do fêmur ou proximal da tíbia, onde pôde ser preservada a epífise do osso. Tiveram como resultados discrepância de crescimento em 4 pacientes, retardo de consolidação em 15 pacientes, rejeição do enxerto em 2 casos, infecção em 1 caso e quebra do material de síntese com reabsorção parcial do enxerto em 1 caso7.

Campanacci e colaboradores relataram a utilização de aloenxerto osteoarticular na reconstrução de osteosarcomas da região distal do fêmur e proximal da tíbia em que a superfície articular foi preservada com o tumor. Ao final de 5 e 10 anos de seguimento, as taxas de sobrevivência dos enxertos colocados na tíbia eram de apenas 45%  e 20% respectivamente, com melhores resultados na região femoral6.

A transposição da fíbula tem como vantagens sobre o enxerto, o fato de ser um retalho ósteo-muscular, ou seja, possui vascularização e “turn over“ ósseo, participando ativamente da consolidação, além de manter o potencial de crescimento da fise.

Como pode ser observado nas figuras 7 e 8, a fíbula sofre uma hipertrofia progressiva, fato que aumenta sua resistência, ao contrário dos aloenxertos, os quais podem falhar mesmo após anos de integração12,21.

A osteogênese por distração com fixador externo pode ser considerada como opção de reconstrução. Dispensa o uso de enxerto e possibilita o preenchimento da falha óssea criada pela ressecção do tumor por meio do transporte ósseo, porém, demanda tempo prolongado de uso do fixador externo e risco de infecção22.

Fang e colaboradores8, relataram três casos de osteossarcoma em crianças de 10 a 14 anos, sendo um na região distal do fêmur e dois na região proximal da tíbia, que foram submetidos a ressecção tumoral e montagem de aparelho de Ilizarov, seguindo o princípio de osteogênese por distensão. Em um dos paciente houve necessidade de re–intervenção cirúrgica por perda do alinhamento ósseo. Dois pacientes obtiveram consolidação, em oito meses, e o fixador foi retirado. O terceiro paciente foi submetido a compressão e nova distensão para alcançar a consolidação óssea. Dois casos apresentaram  infecção no trajeto dos fios do fixador. Ao final de dois anos de seguimento, a discrepância dos membros inferiores era de 1,0 a 1,5 cm.

                A utilização da fíbula ipsilateral para o tratamento das lesões  da tíbia, especialmente nas sequelas de trauma, surgiu em 1884, quando Hahn descreveu seu emprego para o tratamento de uma pseudoartrose da tíbia11.

Diversas técnicas foram descritas e a ocorrência de consolidação óssea, com hipertrofia da fíbula, consagraram esse método como alternativa no tratamento das falhas da tíbia9,10,11,12,23,24,25,26,27.

Entretanto tais trabalhos não utilizavam a região epifisária da fíbula, limitando seu uso preferncialmente para as lesões diafisárias da tíbia.

O desenvolvimento da microcirurgia trouxe nova dimensão ao tratamento das falhas ósseas.

Taylor e colaboradores descreveram a utilização da fíbula para restaurar defeitos segmentares em diversos óssos além da tibia, utilizando a reconstrução vascular microcirúrgica da fibula13.

Porém, a necessidade de equipe cirúrgica especializada, o alto custo e a possibilidade de trombose arterial ou venosa pós-operatórias na microcirurgia constituem importantes desvantagens em relação as técnicas que não requerem microcirurgia 28,29.

A microcirurgia, porém, abriu o caminho para a possibilidade de se incluir a fise em um retalho ósseo, preservando sua irrigação sanguínea e consequentemente o potencial de crescimento longitudinal do segmento ósseo14,30.

 Entretanto, os primeiros relatos de transposição de cartilagem de crescimento  apresentavam resultados inconsistentes ou ruins, sendo que Straub relatou algum crescimento ósseo no seu trabalho, em 1929, pois fragmentos de cartilagem com ou sem osso eram utilizados sob a forma de enxertos31-34.

A partir da descrição de Pho e colaboradores14, vários trabalhos utilizando técnica microcirúrgica de transposição da fíbula com a fise e a epífise proximais mostraram que o potencial de crescimento da fise poderia ser preservado35-38. Estes trabalhos, no entanto, envolvem técnica microcirúrgica para a reconstrução vascular da fíbula, com as desvantagens e complicações que o método apresenta.

A técnica apresentada neste trabalho tem a vantagem de dispensar qualquer método para reconstruir a vascularização do segmento fibular, com sua fise e sua epífise, pois os vasos são preservados, tratando-se de um retalho local que é posicionado sob a epífise da tíbia.

Constatamos a consolidação óssea, a hipertrofia da fíbula e o crescimento longitudinal dos segmentos transplantados nos 2 casos apresentados. No primeiro caso, o paciente apresentou uma deformidade em valgo do joelho direito no período pós-operatório imediato. Com o crescimento, que ocorreu no primeiro ano, houve correção tanto da deformidade em valgo quanto da inclinação dos parafusos, sinais de crescimento do segmento fibular. Nos próximos quatorze meses houve crescimento de mais 1,2 cm do segmento fibular transposto, (Figura 7). Este paciente, que era adolescente, na época com 12 anos, encontra-se com 26 anos de idade, esta funcionalmente bem e com os membros inferiores equalizados.

No segundo caso, uma criança com aproximadamente três anos de idade, que poderia ter sido ideal para o acompanhamento do crescimento por mais longo período, houve complicação clínica que determinou o óbito. Entretanto, nos primeiros 6 meses após a cirurgia, pudemos observar crescimento de pelo menos 0,3 cm no segmento da fíbula transposta, o que indica que o potencial de crescimento havia sido preservado.

 

CONCLUSÕES:

 

O dispositivo de fixação interna extensível estabiliza a reconstrução e possibilita o crescimento, através do mecanismo de deslizamento entre as placas. O segmento fibular proximal, transferido por esta técnica, tem preservada a sua irrigação sanguínea e a função de crescimento da fise transplanda. Consideramos que esta técnica, de transferência da fíbula com sua cartilagem de crescimento, pode ser utilizada na reconstrução de lesões que acometem o segmento metadiafisário proximal da tibia em crianças, onde a epífise da tíbia puder ser preservada. 

 

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Autor : Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista

 Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

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