Reconstrução De Lesão Do Colo Femoral Com Fratura. Paciente com 09 anos de idade, referindo dor no membro inferior esquerdo, avaliada em janeiro de 2001, realiza radiografia da bacia, figura 1.
09. Reconstrução de lesão do colo femoral com fratura; Via de acesso e placa especial com enxerto autólogo; Cisto ósseo do colo femoral com fratura em criança.
Na radiografia, daquela ocasião, podemos observar uma lesão de rarefação óssea no colo femoral, que não foi percebida. A queixa foi interpretada como dor do crescimento, e a paciente foi sendo acompanhada durante três anos.
Em meados de 2004, o médico que a acompanhava pede a outro colega que avalie a radiografia da paciente, em um encontro no corredor do hospital. Ambos não visualizam a lesão e julgam poder tratar-se de uma “báscula de bacia”, devido à provável discrepância dos membros e optam por solicitar um escanograma dos membros inferiores, figuras 2 a 4.
Após estas radiografias, foi feito o diagnóstico de cisto ósseo simples com fratura do colo femoral. A paciente foi encaminhada para nossa avaliação e propusemos a cirurgia para a reconstrução do defeito ósseo, a ser realizada a curetagem da lesão e a reconstrução com enxerto ósseo autólogo retirado da crista ilíaca, do mesmo lado, com a correção da deformidade angular. Para esta cirurgia fizemos um planejamento e confeccionamos uma placa especial que permitisse a colocação de um parafuso de rosca total, fixando internamente o bloco de enxerto, que serviria como uma coluna, na reconstrução, figuras 11 a 19.
Para a execução desta técnica, é preciso um acesso cirúrgico adequado, que permita realizar uma abordagem ampla e que este acesso tenha uma boa exposição, de modo a não dificultar a reconstrução nem a redução ou a osteossíntese.
O acesso cirúrgico e a reconstrução são mostrados nas figuras 20 a 81.
Esta incisão permite um acesso que deixa a face lateral da coxa totalmente exposta, sem a necessidade do afastamento da parte posterior da fáscia lata. Esta situação é fundamental para facilitar a redução e a fixação com a placa angulada.
Observe que a fáscia lata não aparece no campo operatório. Se não utilizarmos deste tipo de acesso, estaríamos com uma corda por sobre a face lateral da coxa, dificultando o posicionamento da placa e a redução dos fragmentos.
Após a cirurgia, foram realizadas radiografias de controle, figuras 82 e 83.
O enxerto autólogo propicia uma integração óssea mais precoce e melhor. A paciente encontra-se bem, com movimentação normal do quadril operado.
Em 19 de março de 2016, reavaliamos a paciente clinicamente e com estudo de imagens, figuras 98 a 108 e vídeo 1.
Vídeo 1: Paciente em 19/03/2016, após doze anos de pós-operatório. Boa função do quadril.
A paciente, agora casada, encontra-se bem e satisfeita com a sua função. Sem queixa.
Autor: Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista
Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho
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