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Fibroma desmóide do Metatarso

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Fibroma desmóide do pé Reconstrução do quinto metatarso

O fibroma desmóide é uma neoplasia rara e benigna que pode causar significativas deformidades ósseas e dor. Neste caso, uma paciente de 43 anos apresentou um “calo” no quinto metatarso do pé esquerdo por vinte anos, que evoluiu com deformidade, aumento de volume e dor no último ano. A seguir, detalharemos o diagnóstico, tratamento e reconstrução do quinto metatarso.

Diagnóstico

Inicialmente, foi realizada uma análise clínica e radiográfica. As radiografias mostraram uma lesão na cabeça do quinto metatarso esquerdo com deformidade, erosão óssea e insuflação da cortical. A tomografia evidenciou uma lesão agressiva no quinto dedo do pé esquerdo, com erosão da cortical e sinais de agressividade local. A ressonância magnética (RM) revelou uma lesão de baixo sinal em T1, com captação de contraste e saturação de gordura, indicando a natureza agressiva da neoplasia.

Procedimentos Cirúrgicos

A abordagem cirúrgica incluiu procedimentos detalhados para a ressecção da lesão e a reconstrução do quinto metatarso. A seguir, apresentamos uma descrição passo a passo do processo:

  1. Biópsia da Lesão: Realizada sob controle de radioscopia para confirmar a natureza do fibroma desmóide.
  2. Incisão e Ressecção: Incisão anterior sobre o quinto metacarpiano com exérese do trajeto da biópsia e ressecção de dois terços distais do quinto metacarpiano.
  3. Enxerto Ósseo: Retirada de enxerto em bloco do ilíaco esquerdo, modelado para substituir o segmento ressecado. O enxerto foi esculpido e aparado para se assemelhar ao quinto metatarsiano.
  4. Fixação do Enxerto: Realização de um sulco no enxerto para encaixar o segmento remanescente do metatarsiano, garantindo melhor acomodação e integração. O enxerto foi fixado com fios de Kirschner, passando pelo canal medular do segmento remanescente.
  5. Reposicionamento e Fixação: Posicionamento final do enxerto, fixação com fios e realização de orifícios no enxerto para a ancoragem dos fios de sutura, garantindo alinhamento adequado.
  6. Reconstrução Final: Reparo da capsula para sutura e fixação do enxerto. Radiografias intraoperatórias documentaram a reconstrução em diferentes ângulos.

Pós-operatório e Recuperação

No pós-operatório, o paciente apresentou boa cicatrização após 12 dias, caminhando com auxílio de uma bota. Radiografias de acompanhamento aos três meses mostraram a reconstrução bem-sucedida, com bom alinhamento e fixação do enxerto. Clinicamente, o paciente demonstrou excelente função e aspecto cosmético do pé.

O tratamento do fibroma desmóide do pé com reconstrução do quinto metatarso envolveu uma abordagem cirúrgica complexa e detalhada. A ressecção da lesão seguida pela utilização de enxerto ósseo autólogo permitiu a reconstrução anatômica e funcional do pé, proporcionando alívio da dor e restauração da função. O acompanhamento pós-operatório revelou resultados satisfatórios tanto do ponto de vista estético quanto funcional, evidenciando a eficácia do tratamento.

Fibroma Desmóide Do Pé. Paciente com 43 anos apresentando “calo” no quinto metatarso do pé esquerdo havia vinte anos, que evoluiu com deformidade, aumento de volume e dor no último ano.

Figura 1: lesão na cabeça do quinto metatarso esquerdo com deformidade, erosão óssea e insuflação da cortical
Figura 1: lesão na cabeça do quinto metatarso esquerdo com deformidade, erosão óssea e insuflação da cortical
Figura 2: Tomografia com lesão agressiva do quinto dedo do pé esquerdo.
Figura 2: Tomografia com lesão agressiva do quinto dedo do pé esquerdo.
Figura 3: tomografia em perfil, evidenciando erosão da cortical e agressividade local.
Figura 3: tomografia em perfil, evidenciando erosão da cortical e agressividade local.
Figura 4: Rm axial T1 lesão de baixo sinal.
Figura 4: Rm axial T1 lesão de baixo sinal.
Figura 5: Rm axial com captação de contraste.
Figura 5: Rm axial com captação de contraste.
Figura 6: Rm axial T1, com saturação de gordura.
Figura 6: Rm axial T1, com saturação de gordura.
Figura 7: Rm axial com contraste.
Figura 7: Rm axial com contraste.
Figura 8: Rm sagital contraste.
Figura 8: Rm sagital contraste.
Figura 9: Biópsia da lesão, sob controle de radioscopia.
Figura 9: Biópsia da lesão, sob controle de radioscopia.
Figura 10: Incisão anterior, sobre o quinto metacarpeano, com exerese do trajeto da biópsia.
Figura 10: Incisão anterior, sobre o quinto metacarpeano, com exerese do trajeto da biópsia.
Figura 11: Ressecção de 2/3 terços distais do quinto metacarpeano.
Figura 11: Ressecção de 2/3 terços distais do quinto metacarpeano.
Figura 12: Retirada de enxerto em bloco do ilíaco esquerdo, mesmo lado da lesão.
Figura 12: Retirada de enxerto em bloco do ilíaco esquerdo, mesmo lado da lesão.
Figura 13: Bloco de enxerto estruturado que será modelado para substituir o segmento ressecado.
Figura 13: Bloco de enxerto estruturado que será modelado para substituir o segmento ressecado.
Figura 14: Enxerto sendo esculpido, para substituir os 2/3 distais do quinto metatarsiano.
Figura 14: Enxerto sendo esculpido, para substituir os 2/3 distais do quinto metatarsiano.
Figura 15: Enxerto sendo aparado com saca bocado, no formato do quinto metatarsiano.
Figura 15: Enxerto sendo aparado com saca bocado, no formato do quinto metatarsiano.
Figura 16: bloco do enxerto sendo cortado no tamanho adequado para a reconstrução.
Figura 16: bloco do enxerto sendo cortado no tamanho adequado para a reconstrução.
Figura 17: Realização de um sulco no enxerto para encaixar o segmento remanescente do metatarseano, visando melhor acomodação e integração.
Figura 17: Realização de um sulco no enxerto para encaixar o segmento remanescente do metatarseano, visando melhor acomodação e integração.
Figura 18: Bloco de enxerto já preparado para a reconstrução.
Figura 18: Bloco de enxerto já preparado para a reconstrução.
Figura 19: Enxerto encaixado no segmento remanescente do quinto metatarseano.
Figura 19: Enxerto encaixado no segmento remanescente do quinto metatarseano.
figura 20: Passagem de fios de Kirshnner 2.0, retrogadamente, pelo canal medular do segmento remanescente do quinto metatarseano, para a fixação do enxerto
figura 20: Passagem de fios de Kirshnner 2.0, retrogadamente, pelo canal medular do segmento remanescente do quinto metatarseano, para a fixação do enxerto
Figura 21: posicionamento do enxerto e fixação com o fio.
Figura 21: posicionamento do enxerto e fixação com o fio.
Figura 22: Detalhe do reposicionamento do enxerto.
Figura 22: Detalhe do reposicionamento do enxerto.
Figura 23: Reposicionamento final da reconstrução e corte do fio, na base do quinto metatarso.
Figura 23: Reposicionamento final da reconstrução e corte do fio, na base do quinto metatarso.
Figura 24: Reparo da capsuloplastia para sutura e fixação no enxerto, mantendo-o alinhado.
Figura 24: Reparo da capsuloplastia para sutura e fixação no enxerto, mantendo-o alinhado.
Figura 25: Reposicionamento final da reconstrução e corte do fio, na base do quinto metatarso.
Figura 25: Reposicionamento final da reconstrução e corte do fio, na base do quinto metatarso.
Figura 26: Realização de orifícios no enxerto para a ancoragem dos fios de sutura.
Figura 26: Realização de orifícios no enxerto para a ancoragem dos fios de sutura.
Figura 27: Enxerto fixado e posicionado com bom alinhamento.
Figura 27: Enxerto fixado e posicionado com bom alinhamento.
Figura 28: Peça ressecada, face dorsal, com pele e trajeto da biópsia.
Figura 28: Peça ressecada, face dorsal, com pele e trajeto da biópsia.
Figura 29: Peça ressecada, face plantar.
Figura 29: Peça ressecada, face plantar.
Figura 30: Radiografia intra-operatória documentando a reconstrução, frente.
Figura 30: Radiografia intra-operatória documentando a reconstrução, frente.
Figura 31: Radiografia intra-operatória documentando a reconstrução, perfil.
Figura 31: Radiografia intra-operatória documentando a reconstrução, perfil.
Figura 32: Reconstrução em 3D da lesão.
Figura 32: Reconstrução em 3D da lesão.
Figura 33: Planejamento pré-operatório.
Figura 33: Planejamento pré-operatório.
Figura 34: Pós operatório 12 dias. Boa cicatrização.
Figura 34: Pós operatório 12 dias. Boa cicatrização.

Vídeo 1: Função no pós operatório de 12 dias. Caminhando com Robofoot.

Figura 35: Radiogtrafia da reconstrução, frente, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 35: Radiogtrafia da reconstrução, frente, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 36: Radiogtrafia da reconstrução, perfil, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 36: Radiogtrafia da reconstrução, perfil, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 37: Aspecto clínico e função, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 37: Aspecto clínico e função, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 38: Cicatriz da incisão da crista ilíaca, para retirada de enxerto autólogo. Bom aspecto.
Figura 38: Cicatriz da incisão da crista ilíaca, para retirada de enxerto autólogo. Bom aspecto.
Figura 39: Aspecto cosmético do pé, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.
Figura 39: Aspecto cosmético do pé, pós operatório 3 meses, em 13/12/2016.

Vídeo 1: Função no pós operatório de 12 dias. Caminhando com Robofoot.

Autor :Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista

 Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

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