Histórico Da Formação De Ortopedistas.
Tratamento dos tumores ósseos .
Histórico Da Formação De Ortopedistas. Na metade do século 20, circulavam pelos corredores do Hospital os doutores Walter Edgard Maffei e Bartolomeu Bartolomei, ambos médicos, de baixa estatura, que se revelaram gigantes da Medicina.
Maffei, em Janeiro de 1952, buscava a estruturação do Departamento de Patologia, recebendo o então recém-formado pela USP, da Turma de 1951, José Donato de Próspero.
O professor Donato, neste então, via um ortopedista circular frequentemente pelas dependências da anatomia patológica, que de início o intrigava: Como um encanador de ossos se atrevia a examinar peças e a olhar no microscópio?
A persistência daquele personagem atraiu a curiosidade de Donato. Este observava intrigado que apenas duas afecções ocorriam na área da ortopedia, pois as peças recebidas frequentemente ou eram diagnosticadas como osteomielite ou como osteossarcoma. Ninguém dissecava ou estudava de maneira criteriosa as peças de amputação.
Naquela época, o Departamento de Patologia situava-se no último andar do Laboratório Central e o fenômeno Bartolomeu insistia em estudar aquelas peças, invadindo diariamente o santuário de Maffei.
Em 1958 acontece a visita de Huppert Sissons, patologista do Royal Institute de Londres, que tinha dedicação especial à patologia óssea.
Este visitante permanece quatro semanas freqüentando os Departamentos de Patologia e Ortopedia, seguido de perto por Donato de Próspero, que tornaram-se muito amigos e trocaram correspondências durante anos. Desde então, Donato de Próspero passa a invadir o espaço de Bartolomeu Bartolomei. Torna-se freqüentador assíduo das reuniões da Ortopedia e solicita licença ao Departamento para arquivar as radiografias que lhe interessava. O estudo deste rico material era dividido com o médico radiologista Alfonso Vitule.
A coleção das radiografias coletadas por Donato de Próspero transformou-se num precioso arquivo que até hoje se encontra sob a custódia do atual Grupo de Oncologia Ortopédica. Esta preocupação em documentar foi fundamental para o conhecimento e crescimento da especialidade, que hoje encontra-se compilada no Livro Tumores Ósseos da Editora Rocca.
Naquela época, as radiografias, quando muito, eram guardadas nos porta-malas dos três automóveis Ford Galaxy de Bartolomeu Bartolomei, que era um verdadeiro mágico.
Em 1963, Elio Consentino conclui sua formação em ortopedia e inicia sua trajetória profissional na Santa Casa de São Paulo, onde conviveu com Bartolomeu e Donato. Mais tarde, eles criariam o Grupo de Tumores Ósseos, dando início à formação de inúmeros ortopedistas na especialidade de oncocirurgia ortopédica.
Élio Consentino mudou o conceito da época, que preconizava as osteotomias com sete centímetros de margem livre da neoplasia, para todas as ressecções malignas, argumentando que isso exigiria que ressecássemos “até um pedaço da mesa cirúrgica“.
Com o advento da ressonância magnética, tornou-se possível delimitar os limites de cada osteotomia com precisão. Consentino foi pioneiro nas osteotomias trans-epifisárias em crianças, reduzindo o tamanho das ressecções, preservando-se mais tecido, o que facilitou a execução de cirurgias conservadoras e reconstruções biológicas em crianças.
Em 1970, este grupo de interessados na patologia óssea recebe a visita de Fritz Schajowicz, que convida José Donato de Prospero a compor o seleto grupo dos nove patologistas, de diferentes nações, que fariam a Classificação Internacional dos Tumores Ósseos, à pedido da Organização Mundial da Saúde.
Durante os anos que se seguiram vários contatos por cartas, trocas de lâminas e reuniões ocorreram para que se concluísse o trabalho e, em 1978, fosse publicada a Classificação da OMS e seguiram acontecendo as reuniões da ortopedia, agora já dividido em sub-grupos de especialidade.
Em 1994, Pedro Péricles Ribeiro Baptista assume a condução do Grupo de Oncologia Ortopédica, dando continuidade à formação de novos ortopedistas do Brasil e da América Latina, desenvolve uma nova técnica de ressecção de tumores do sacro com o emprego de serras de Gigli e laparoscopia, defende e divulga seus resultados da pelvectomia interna sem reconstrução, desenha os dispositivos de fixação interna extensível, feitos sob medida para cada paciente e para os diferentes ossos, aprimorando as reconstruções biológicas com a técnica de autotransplante de cartilagem de crescimento em crianças.
Atuaram efetivamente na Equipe Multidisciplinar, com assídua freqüência às reuniões anatomo-clínicas que aconteciam todas as quartas feiras entre 13:00 e 15:00 h os/as Doutores/as Claudia Kazue Yamaguchi, Hea Yung Yo, Guinel Hernandez Filho e Abdalla Youssef Skaf pela radiologia, José Donato de Próspero e Maria Fernanda Carriel Amary pela patologia, Cássio Perleizzon pela radioterapia, Schlomon Lewin e Akemi Ogawa pela medicina nuclear, Andréa Basta pela fisioterapia, Pedro Péricles Ribeiro Baptista, Alex Guedes e Eduardo Ribeiro Adriano, entre outros.
Vários médicos colaboraram para o fortalecimento deste Grupo, e muitos deles complementaram sua formação realizando Estágios de seis meses a um ano.
Aprenderam na Instituição e contribuíram com a oncologia ortopédica os doutores: Bartolomeu Bartolomei (1954-1973 SP), Elio Consentino (1975–2006 SP), Teruo Yoneda (1979–1981 SP), Eduardo Salim Haddad Filho (1981–1982 SP), Javier Perez Torres (1982–1985 Colômbia), Moisés Cohen (1983-1984 SP), Pedro Péricles Ribeiro Baptista (1983–2015 SP), Valter Pena (1983-1984 SP), Reynaldo Jesus-Garcia Filho (1985-1985 SP), Paulo Alencar (1985-1985 PR), Eduardo Bertacchi Uvo (1986-1986 ES), Paulo Taniguchi (1986-1986 Ba), José Custódio de Moura (1987-1987 SP), Gilbert Sotomayor Alvear (1988-1989 Equador), Maria Guadalupe Repper (1988-1988 México), Ernesto Luiz Michanie (1989-1990 Argentina), Carlos Henrique Ribeiro do Prado (1991-1991 GO), Marcos Hajime Tanaka (1991-1993 SP), Alejandro Enzo Cassone (1992-1992 SP), Cláudio Luiz Wanderley Saab (1993-1993 MS), Julio Cesar Goyano (1993-1993 GO), Lucíola Assunção Alves (1993-1993 MA), Florindo Volpe Neto (1994-1996 RS), Giancarlo Polesello (1995-1995 PR), Marcos Sanmartin Fernandez (1996-1996 Espanha), Rogério de Andrade Amaral (1997-1997 GO), Alex Guedes (1998-1999 BA), Ricardo Fontes Lavieri (1998-1998 SP), (Roberto Reggiane (1998-1998 MG), José Augusto Sá Lopes (1998-1998 PI), Ricardo Marzola (2001-2001 SP), Fabrício Lenzi Chiesa (2001-2002), Israel Vargas (2001-2001 Honduras), André Rensi de Mello (20001-2001 SP), Pedro Calabrese (2002-2003 Paraguay), Carlos Arturo Izquierdo (2002-2002 Colômbia), Fábio Romualdo (2002-2002 RN), Esdras Fernando Furtado (2002-2003 PB), Adriano Ughini (2003-2003 RS), Aureliano Duarte Bezerra (2003-2003 PE), Érico Raimundo Guimarães Fantini (2003-2003 MG), Rodrigo Pólo da Costa (2003-2003 AM), Eduardo Ribeiro Adriano (2003-2006 SP), Pablo de Andrade Lima Filho (2004-2004 PE), Rafael Monteiro Macedo (2004-2004 TO), Flávio Leão Rabello (2005-2006 GO), Gustavo Henrique Ferreira (2005-2006 MS), Marcelo Rodrigues Alves (2005-2006 RJ), Alexandre Ferracioli Fusão (2006-2007 SC), Daniela Cruvinel Petto (2006-2007 SP) e Leonardo Silva Galloni (2006-2007 RS).
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