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Condroblastoma do Fêmur

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Condroblastoma da cabeça femoral - Metastase pulmonar em condroblastoma - Via de acesso medial ao colo do fêmur - Enxerto autólogo

Condroblastoma da Cabeça Femoral: Diagnóstico, Tratamento e Acompanhamento

O condroblastoma da cabeça femoral é uma condição rara que requer diagnóstico preciso e intervenção cirúrgica adequada. A seguir, apresentamos um estudo de caso detalhado, abordando o diagnóstico inicial, o tratamento cirúrgico realizado e o acompanhamento pós-operatório do paciente.

Diagnóstico Inicial

Em 1992, antes da disponibilidade de ressonância magnética, o diagnóstico de condroblastoma foi realizado por meio de radiografias e tomografias. A radiografia do quadril direito revelou uma lesão de rarefação óssea na cabeça femoral direita, enquanto a tomografia confirmou a presença da lesão com densidade compatível com tecido ósseo e tecidos moles. Em uma criança em crescimento, a lesão póstero-medial na cabeça femoral direita foi um indicativo importante para o diagnóstico.

Procedimento Cirúrgico

A cirurgia foi realizada através de um acesso medial ao colo femoral, com o membro em flexão e rotação externa. A cápsula articular foi aberta em formato de “H” para expor a região póstero-medial da cabeça femoral. Incisões precisas foram feitas na cartilagem, sendo uma perpendicular ao colo e três horizontais. A cartilagem foi cuidadosamente rebatida de distal para proximal, sem quebras no ápice, e fixada com ponto de nylon.

Uma vez exposta a lesão, a cavidade foi cuidadosamente curetada, e adjuvância com eletrotermia e fenol foi aplicada para garantir a completa remoção do tecido afetado. Um enxerto ósseo autólogo foi retirado da crista ilíaca do mesmo lado e implantado na área tratada.

Recuperação e Acompanhamento

Após seis meses da cirurgia, o paciente apresentava flexão com carga e abdução simétrica do quadril, indicando uma recuperação bem-sucedida. Tomografias realizadas após dois anos e seis meses mostraram a manutenção da integridade estrutural do quadril. O acompanhamento contínuo, incluindo tomografias realizadas até sete anos após a cirurgia, confirmou a estabilidade da recuperação, com flexão e abdução simétricas e carga total.

Complicações e Resultados a Longo Prazo

Apesar da recuperação inicial bem-sucedida, o paciente desenvolveu múltiplas metástases pulmonares de condroblastoma. Nódulos pulmonares foram retirados para diagnóstico, confirmando a natureza benigna do condroblastoma, sem atipias. O paciente não necessitou de tratamento adicional para estes êmbolos metastáticos de condroblastoma benigno e manteve-se sem queixas funcionais ou respiratórias significativas ao longo dos anos. A última avaliação, realizada quinze anos após a cirurgia, mostrou flexão e abdução dos quadris simétrica, com carga total, sem sinais de recidiva ou complicações adicionais.

Este caso de condroblastoma da cabeça femoral ilustra a importância de um diagnóstico precoce e preciso, bem como a eficácia de uma intervenção cirúrgica cuidadosa. O acompanhamento a longo prazo é crucial para monitorar a recuperação e identificar possíveis complicações, como metástases pulmonares. A abordagem multidisciplinar e o uso de técnicas avançadas de imagem e cirurgia contribuíram para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida do paciente.

Para mais detalhes sobre este caso, consulte a publicação na Revista Brasileira de Ortopedia e a documentação adicional aqui.

Figura 1: Radiografia do quadril direito com lesão de rarefação óssea na cabeça femoral direita.
Figura 1: Radiografia do quadril direito com lesão de rarefação óssea na cabeça femoral direita.
Figura 2: Lesão póstero medial na cabeça femoral direita, em criança em crescimento.
Figura 2: Lesão póstero medial na cabeça femoral direita, em criança em crescimento.
Figura 3: Tomografia do quadril com lesão na cabeça femoral direita, densidade para tecido ósseo.
Figura 3: Tomografia do quadril com lesão na cabeça femoral direita, densidade para tecido ósseo.
Figura 4: Tomografia do quadril com lesão na cabeça femoral direita, densidade para tecidos moles.
Figura 4: Tomografia do quadril com lesão na cabeça femoral direita, densidade para tecidos moles.
Em 1992 não havia ressonância magnética e nesta localização e faixa etária nosso diagnóstico foi de condroblastoma e indicamos cirurgia de curetagem intalesional (ressecção biópsia), por via de acesso medial, publicada na Revista Basileira de Ortopedia (Link:  http://www.rbo.org.br/PDF/32-3/1997_mar_05.pdf ), figuras 5 à 12.
Figura 5: Acesso medial ao colo femoral, como membro el flexão e rotação externa, expondo a região póstero-medial da cabeça femoral, Abertura da cápsula articular em H. Realizamos quatro. Incisões na cartilagem. Uma perpendicular ao colo e três horizontais.
Figura 5: Acesso medial ao colo femoral, como membro el flexão e rotação externa, expondo a região póstero-medial da cabeça femoral, Abertura da cápsula articular em H. Realizamos quatro. Incisões na cartilagem. Uma perpendicular ao colo e três horizontais.
Figura 6: Cuidadosamente rebatemos a cartilagem de distal para proximal, sem quebrar no ápice, fixando com ponto de nylon.
Figura 6: Cuidadosamente rebatemos a cartilagem de distal para proximal, sem quebrar no ápice, fixando com ponto de nylon.
Figura 7: Cureta-se cuidadosamente a cavidade.
Figura 7: Cureta-se cuidadosamente a cavidade.
Figura 8: Realiza-se adjuvância com eletrotermia e fenol.
Figura 8: Realiza-se adjuvância com eletrotermia e fenol.
Figura 9: Material da curetagem.
Figura 9: Material da curetagem.
Figura 10: Retirada de enxerto ósseo autólogo da crista ilíaca do mesmo lado.
Figura 10: Retirada de enxerto ósseo autólogo da crista ilíaca do mesmo lado.
Figura 11: Flexão com carga, após seis meses da cirurgia.
Figura 11: Flexão com carga, após seis meses da cirurgia.
Figura 12: Abdução simétrica, após seis meses da cirurgia.
Figura 12: Abdução simétrica, após seis meses da cirurgia.
Figura 13: Tomografia pós operatória de dois anos.
Figura 13: Tomografia pós operatória de dois anos.
Figura 14: Tomografia de 13/07/1994, após dois anos e seis meses da cirurgia.
Figura 14: Tomografia de 13/07/1994, após dois anos e seis meses da cirurgia.
Figura 15: Controle tomográfico de 05/08/1999, após sete anos da cirurgia.
Figura 15: Controle tomográfico de 05/08/1999, após sete anos da cirurgia.
Figura 16: Tomografia do quadril em 05/08/1999.
Figura 16: Tomografia do quadril em 05/08/1999.
Figura 17: Flexão dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/09/2000.
Figura 17: Flexão dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/09/2000.
Figura 18: Abdução dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/09/2000.
Figura 18: Abdução dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/09/2000.
Figura 19: Flexão dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/12/2007, após quinze anos da cirurgia.
Figura 19: Flexão dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/12/2007, após quinze anos da cirurgia.
Figura 20: Abdução dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/12/2007, após quinze anos da cirurgia.
Figura 20: Abdução dos quadrís simétrica, com carga total, em 12/12/2007, após quinze anos da cirurgia.
Este paciente encontra-se bem, sem queixas funccionais ou respiratórias apesar de ter apresentado metástases pulmonares múltiplas de condroblastoma. Foram retirados alguns nódulos para diagnóstico, confirmando condroblastoma benigno, sem nenhuma atipia. O paciente não teve nenhum tratamento e apresenta multiplos nódulos pulmonares calcificados. Este caso foi publicado na Revista Brasileira de Ortopedia que pode ser acessado pelo Link: http://www.rbo.org.br/PDF/30-11-12/ndz95850.pdf

Autor : Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista

 Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

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