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Fratura do Fêmur

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Fratura do Fêmur

A fratura do fêmur é uma lesão ortopédica grave que frequentemente resulta de traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos. Neste estudo, analisamos o caso de uma paciente de 46 anos que sofreu uma fratura fechada do fêmur esquerdo após um acidente de carro. A abordagem diagnóstica e terapêutica, bem como as complicações associadas, são discutidas detalhadamente.

Diagnóstico Inicial

No diagnóstico inicial, foram realizadas várias radiografias que revelaram uma fratura diafisária oblíqua curta do fêmur esquerdo. As radiografias frontais (Figuras 1 e 2) mostraram a fratura em detalhe, incluindo uma visualização parcial dos côndilos femorais. Além disso, uma radiografia focalizada do quadril esquerdo destacou o colo femoral (Figura 3).

Durante a análise dessas imagens, observou-se que o paciente estava vestido, possivelmente com calça jeans, o que dificultou a observação completa da pele para identificar possíveis lesões (Figura 4). A necessidade de visualização completa da articulação é fundamental para uma avaliação precisa da fratura. Radiografias inadequadas que não mostram uma articulação acima e uma abaixo da lesão podem prejudicar a análise, como demonstrado nas Figuras 5 e 6.

Tratamento

A fratura foi tratada com a inserção de uma haste céfalo-femoral bloqueada. As imagens pós-operatórias (Figuras 7 e 8) mostram a fixação da haste, destacando a diástase do colo femoral. A seta amarela na Figura 8 indica o perfil da diástase na diáfise femoral, enquanto a seta vermelha aponta o grande afastamento na imagem de frente. O parafuso de bloqueio utilizado impede a rotação, mas também limita a compressão dos fragmentos, o que pode dificultar a consolidação óssea.

Evolução e Complicações

Infelizmente, a paciente evoluiu com pseudoartrose, deformidade e encurtamento do membro. As radiografias subsequentes (Figuras 9, 10 e 11) mostraram a presença de pseudoartrose na diáfise femoral e a quebra do parafuso de bloqueio, uma complicação previsível devido à dificuldade de consolidação. A paciente apresentou deformidade em valgo e encurtamento do membro (Figura 12).

Discussão

A fratura do fêmur é uma condição complexa que requer uma avaliação cuidadosa e um tratamento adequado para prevenir complicações. A fixação interna com hastes intramedulares é uma técnica comum, mas a escolha do método de fixação deve levar em consideração fatores como a localização da fratura, a estabilidade dos fragmentos e a condição geral do paciente. A presença de pseudoartrose e falhas no material de fixação, como observado neste caso, ressaltam a importância de um monitoramento contínuo e, se necessário, intervenções adicionais para garantir a consolidação óssea e a recuperação funcional do paciente.

Este caso destaca os desafios no manejo de fraturas do fêmur e a importância de uma abordagem multidisciplinar para otimizar os resultados. A utilização adequada de técnicas de imagem e a seleção criteriosa do método de fixação são cruciais para o sucesso do tratamento e a prevenção de complicações a longo prazo.

Fratura do Fêmur. Paciente do sexo feminino, 46 anos, vítima de acidente automobilistíco, sofreu fratura fechada do fêmur esquerdo (Figuras 1 e 2).

Figura 1: Radiografia do fêmur esquerdo, frente, evidenciando fratura diafisária oblíqua curta.
Figura 1: Radiografia do fêmur esquerdo, frente, evidenciando fratura diafisária oblíqua curta.
Figura 2: Radiografia frente, com detalhe da fratura em maior aumento e visualização parcial dos côndilos femorais.
Figura 2: Radiografia frente, com detalhe da fratura em maior aumento e visualização parcial dos côndilos femorais.
Figura 3: Radiografia focalizada do quadril esquerdo, destacando o colo femoral.
Figura 3: Radiografia focalizada do quadril esquerdo, destacando o colo femoral.

  Estas radiografias merecem algumas observações, apontadas nas figuras 4,5 e 6.

Figura 4: O paciente esta vestido, provavelmente com calça jeans, pois podemos observar o zipper da roupa. É preciso retirar a calça para observarmos possíveis lesões na pele.
Figura 4: O paciente esta vestido, provavelmente com calça jeans, pois podemos observar o zipper da roupa. É preciso retirar a calça para observarmos possíveis lesões na pele.
Figura 5: Falta de visualização completa da articulação. Esta é uma prerrogativa necessária para analisar uma fratura. Devemos poder avaliar uma articulação acima e uma abaixo da lesão.
Figura 5: Falta de visualização completa da articulação. Esta é uma prerrogativa necessária para analisar uma fratura. Devemos poder avaliar uma articulação acima e uma abaixo da lesão.
Figura 6: Não de pode avaliar adequadamente a articulação do quadril. Mal se pode observar a fratura do colo femoral.
Figura 6: Não de pode avaliar adequadamente a articulação do quadril. Mal se pode observar a fratura do colo femoral.

  A fratura foi fixada com haste céfalo femoral bloqueada (figuras 7 e 8).

Figura 7: Fixação com haste céfalo-femoral. Em detalhe a diastase do colo.
Figura 7: Fixação com haste céfalo-femoral. Em detalhe a diastase do colo.
Figura 8: Diastase na diáfise femoral, a seta amarela destaca o perfil e a seta vermelha o grande afastamento na imagem de frente. O parafuso de bloqueio impede a rotação, mas também a compressão dos fragmentos, dificultando a consolidação.
Figura 8: Diastase na diáfise femoral, a seta amarela destaca o perfil e a seta vermelha o grande afastamento na imagem de frente. O parafuso de bloqueio impede a rotação, mas também a compressão dos fragmentos, dificultando a consolidação.

 Evoluiu com pseudo-artrose, deformidade e encurtamento (Figura 9, 10 e 11)

Figura 9: Radiografia do quadril frente.
Figura 9: Radiografia do quadril frente.
Figura 10: Radiografia do quadril perfil.
Figura 10: Radiografia do quadril perfil.
Figura 11: Pseudo-artrose da diáfise femoral e quebra do parafuso de bloqueio, o que era previsível.
Figura 11: Pseudo-artrose da diáfise femoral e quebra do parafuso de bloqueio, o que era previsível.
Figura 12: Paciente com deformidade em valgo e encurtamento.
Figura 12: Paciente com deformidade em valgo e encurtamento.

Autor : Prof. Dr. Pedro Péricles Ribeiro Baptista

 Oncocirurgia Ortopédica do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

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